16 de May de 2024
A catástrofe sócio climática vivida pelo Rio Grande do Sul é mais um exemplo de como a tragédia é um motor para uso oportunista e hipócrita dos canalhas de plantão.
Os dados Defesa Civil do Rio Grande do Sul são aterradores, mais de 619 mil pessoas tiveram que deixar sua residências, 447 dos 497 municípios do estado foram afetados, aproximadamente 2,1 milhões de pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pelas chuvas, 806 feridos, 127 desaparecidos, 147 óbitos.
Além desses dados assustadores, temos as estimativas da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul que apontam o comprometimento de 87,2% dos empregos industriais da região, 86,4% dos estabelecimentos industriais no estado foram diretamente impactados pela chuva e 83,3% da arrecadação de ICMS com atividades industriais. Os negócios estão parados, as escolas e universidades com aulas suspensas, o aeroporto Salgado Filho fechado por, no mínimo, trinta dias. Ou seja, um impacto econômico e social inestimável.
Não obstante toda a desgraça e a dificuldade no auxílio aos impactados, temos a ação dos canalhas de plantão que aproveitam o ambiente de desgraça para espalhar desinformação. Seja qual for o motivo, esses indivíduos se utilizam da tragédia para promover agendas pessoais ou políticas, distorcendo fatos e criando pânico adicional entre a população já devastada. Propagam boatos sobre a atuação estatal, sugerem teorias conspiratórias sobre a destinação e/ou controle das doações recebidas e, em alguns casos, até mesmo lucram com esquemas fraudulentos de arrecadação de fundos.
A desinformação é uma arma poderosa que mina os esforços de recuperação e socorro. As falsas notícias podem levar ao descrédito das autoridades competentes, dificultando a coordenação e a distribuição de recursos. Além disso, cria um ambiente de desconfiança e medo, que só agrava o sofrimento das vítimas.
As fake news sempre derivam da descontextualização de um fato verdadeiro e sua propagação faz parte de uma tática bastante eficiente da extrema direita brasileira para controlar a narrativa de um determinado evento. No caso das enchentes, figuras conhecidas como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o influenciador digital Pablo Marçal e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), se prestam a esse papel. Destaca-se que todos já estão sendo investigados pela Polícia Federal e um inquérito para investigar as fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia, já está em curso perante Supremo Tribunal Federal.
É imperativo que, em momentos como este, a população busque informações de fontes confiáveis e verifique a veracidade das notícias antes de compartilhá-las. O papel da mídia responsável e das autoridades é crucial para combater a desinformação e assegurar que as pessoas recebam informações precisas e úteis.