
14 de July de 2025
Os fascistas do clã Bolsonaro, acompanhados de Tarcísio de Freitas e do prefeito de São Paulo, fizeram uma jogada de tudo ou nada. Não há terceira opção para eles, para as eleições de 26, ou para o Brasil.
Donald Trump enviou ao Palácio do Planalto, em forma de carta, a maior agressão formal já disparada por uma potência imperial ao Brasil, desde pelo menos a Questão Christie, em 1862.
É certo que a Casa Branca encontrou caninos traidores da Pátria antes, para depor Getúlio em 1945 e Jango em 1964. Nessas duas ocasiões, contudo, os antecessores dos Bolsonaro agiram na mídia hegemônica, mas mantiveram na neblina suas servis ligações com Washington. Não se publicaram “cartas”.
É esta a diferença para 2025, o descaramento. A intervenção ilegal, imoral e engordativa, em prol de um bando de lacaios meliantes, antes não era admitida sequer pelo Departamento de Estado. Agora é posta em carta e desonrosamente esbofeteada na cara do Brasil, pelo próprio presidente norte-americano.
Vivemos a era de “cartas” (e-mails, zaps, reels, vídeos…) de explícito despudor, recheadas de orgulhosa estupidez e de mentiras goebbelianas. Ninguém em sã consciência esperava que Trump fosse exceção na enfatuada súcia que se jacta da própria vilania. É o fardo de nossos dias.
O problema são os fungos ainda mais tóxicos que vicejam à sombra de Trump.
Exempli “sem graça”, vejam-se os tacanhos vídeos de Eduardo Microbilau, divulgados na sequência da infâmia. Embriagado na fantasia de potência do osso que seu dono alaranjado lhe jogou, Little Banana leu uma típica carta de sequestrador, desfiando um rol de exigências ao Brasil e fixando prazo para o atendimento.
Solidário, seu talvez-um-pouco-menos-celerado irmão, Senador pela Milicilândia, recomendou a Brasília uma carta de vassalagem incondicional a Trump, sob pena de os gringos nos jogarem duas bombas atômicas.
Consta que ambos, o Pequena Fruta e o Flavius Incitatus, tenham carta da OAB, assim destituídos do benéfico desconhecimento jurídico. Ou seja, embora lhes seja característica a ignorância, não poderão se defender com o popular choramingo “não sabia que tinha uma lei…”
Ambos estão cientes de que suas cartas são confissões de uma série de crimes, já sob apuração das instituições colericamente atacadas. Por que, então, o fizeram? Porque mafiosos.
Ed Mínimo e Mais Velho agiram como os jogadores de cartas que colocam o revólver sobre a mesa. Chegaram ao ponto de ruptura. Suas fascistas cabecinhas somente processam raciocínios binários. E é uma escolha binária a da jogada que fizeram:
ZERO: Os gringos pisoteiam a bandeira nacional, anistiam a tribo Bolsonaro em estupro à Carta de 1988, e voltamos a ser explícita colônia (talvez um “estado livre associado”, como Porto Rico);
UM: Nossas instituições prevalecem e Bolsonaro, filhos et caterva , amanhecem no xilindró, junto com Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes e quem mais tenha conspirado com potência estrangeira contra a economia do Brasil.
Aposto na opção UM. Menos por confiança na fiel observância de nosso ordenamento jurídico do que pela necessidade de termos um projeto de nação.