10 de January de 2023
No último domingo, 08/01, todos assistiram ao óbvio ao vivo: bolsonaristas são fascistas, e fascistas são terroristas. Mas antes do domingo o alvo da mídia era Lula.
No dia da posse, Lula proferiu dois contundentes discursos e, em ambos, marcou o momento da necessária justiça de transição: a constatação de que houve um genocídio no Brasil e os responsáveis serão submetidos à justiça.
Foi o bastante para que começassem a proferir contradições entre um governo de união nacional e a necessidade de punir criminosos; e levantaram-se vozes a “denunciar” que Lula governaria só para os seus e não para o Brasil. Vozes que, por sinal, calaram-se quando, em janeiro de 2019, Bolsonaro declarou exatamente que presidiria apenas para seu doentio e ignaro gado.
O fascismo bolsonarista, entretanto, é tão obsceno que acreditar em falta de percepção de sua real natureza, por parte de apoiadores, é algo tipo confiar em Ibaneis Rocha e na PMDF quanto à segurança da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos 3 Poderes.
É preferível e mais prudente perceber que existe uma aliança fascista-neoliberal-militar, a qual foi didaticamente sintetizada na patética fala do ex-vice-de-fascista e ex-indígena, Mourão.
Ávido por ocupar a vaga de pecuarista deixada por Bolsonaro, Mourão colocou seu carisma de paralelepípedo na cadeia (boa palavra) oficial de comunicação e assumiu ser contra o “projeto progressista” de Lula. Ou seja, diferentemente dos “tenentes” de há 100 anos, os milicos de hoje são contra o “Progresso” do Brasil. A eles somente interessa a “Ordem”, desde que a “ordem” os prestigie em dinheiro, próteses penianas e algumas “licenças”, das quais duas se destacam:
A primeira é a licença para matar quem carregue pedaços de pau ou guarda-chuvas, e quem volte de um chá de bebê com a família, passando pela porta de um quartel;
A segunda é a licença para tramar, insuflar e proteger quem tente derrubar a democracia.