25 de October de 2022
Em ação ajuizada no Supremo pelo escritório Normando Rodrigues Advogados, o morador do Complexo do Alemão, o administrador João Pedro de Souza Silva, pede que Jair Messias Bolsonaro seja condenado por crime de injúria. A queixa-crime, relatada por Ricardo Lewandowski, foi motivada pela fala do presidente, que chamou os moradores do complexo de bandidos depois do ato em que estiveram ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva no dia 12 de outubro. No evento de campanha, Lula usou um boné com a sigla “CPX”, presente de Rene Silva, fundador do jornal “Vozes da Comunidade”. A sigla que estampa o boné, abreviação de “Complexo de Favelas”, foi deturpada pelo presidente da república, que em suas peças de campanha eleitoral a associou a traficantes e ao crime organizado.
Na ação do morador, a afirmação que Bolsonaro fez no debate da Band também foi citada. Na ocasião, o presidente disse que Lula participou de agenda onde só tinham traficantes.
“Ressalta-se que o presidente, apesar de afirmar que conhece o Rio de Janeiro, confundiu o Complexo do Salgueiro com o Complexo do Alemão, onde de fato foi realizado o evento ao qual se referia. Mas o pior de tudo foi que, mesmo depois de ter tido tempo suficiente para se informar sobre o real significado de ‘CPX’ o querelado continuou desqualificando durante o debate todos os moradores e participantes do ato realizado na agenda de campanha do candidato Lula, afirmando que ao lado dele só havia ‘traficante’”, diz a queixa crime de João Pedro.
A ação é de responsabilidade dos advogados Letícia Mounzer e Rodrigo Camargo, que atuam no Núcleo Institucional do escritório.