31 de May de 2023
De 1° a 3 de junho, fascistas e simpatizantes se reunirão em Buenos Aires no chamado “1º Foro Panamericano de Jovens Políticos”.
O evento é uma espécie de consolo depois do cancelamento da “Cimeira Mundial da Direita” prevista para meados de maio, que seria promovida pelo partido fascista “Chega”, do lusomussolini André Ventura, e que foi cancelada em razão dos imbróglios judiciais dos criminosos contumazes Trump e Bolsonaro.
Sem poder receber fascistas estrangeiros, o “Chega” se dedica a perseguir estrangeiros fascistas, gerando queixumes de bolsonaristas brazucas com cidadania portuguesa, que se filiaram à legenda pretendendo discriminar imigrantes, ignorantes de serem eles mesmos imigrados.
Assim, sentiram na pele a misoginia e o racismo dos patrícios fascistas, tão misóginos e racistas quanto os do Vox espanhol, no qual milita o presidente de La Liga , o Javier Tebas normalizador dos ataques a Vinícius Jr.
Há um precedente ridículo à altura. Em 1934 se deu uma tentativa de criação da uma “Internacional Fascista” em Montreux, Suíça, onde se encontraram 13 delegações nacionais que não conseguiram dialogar entre si por conta de seus respectivos preconceitos.
90 anos depois, o Foro Panamericano aposta na agenda da “segurança” como denominador comum e resposta à insegurança por eles mesmo incentivada e agigantada. Transformam brasa em fogo para vender seus toscos extintores de incêndio.
É o caso de Javier Milei, candidato do fascista La Libertad Avanza que terá chances nas eleições presidenciais argentinas de outubro. Mais ou menos no mesmo passo estão os fascistas do Equador, Uruguai, Peru e Costa Rica,
No Chile a extrema direita fez em duas legendas (Republicanos e Chile Seguro) maioria na nova constituinte eleita em 7 de maio com o mesmo discurso.
Porém, na derrota da esquerda do presidente Gabriel Boric, houve ainda o fator Elon Musk.
Duas semanas antes da eleição, Boric anunciou a criação de uma estatal de lítio com atividades de toda a cadeia produtiva e capacitada a fortes investimentos em tecnologia, visando maximizar o retorno em prol do povo do Chile.
Isso é inaceitável aos olhos do mega-empresário criado sob os valores do apartheid sulafricano, que já havia declarado ter estado por trás do golpe de estado contra Evo Morales, em 2019, para se apropriar das reservas de lítio bolivianas.
Avesso à democracia , Musk recusa qualquer controle público sobre suas mídias e faz a extrema-direita se multiplicar no Twitter.
O episódio nos relembra a importância do controle social sobre as big techs, mas também nos oferece uma lição universal:
Sob cada corrupto discurso fascista está sempre o interesse do capital.