14 de April de 2025
Perto de cem parlamentares que se identificam como “base” do governo (leia-se “quero cargos”) assinaram o requerimento de urgência da anistia para terroristas de extrema-direita que tentaram implantar uma ditadura sangrenta no Brasil.
É característica do gênero textual “romance” a curva de aprendizado de um ou mais personagens, geralmente verificada no 2° ou 3° ato da narrativa. No entanto, em Brasília a aquisição é notavelmente lenta.
Na escrita permanente do livro “Democracia”, anistiar Adolf-Bolsonaro-Hitler e seus seguidores é deitar ao lixo a oportunidade única de Justiça de Transição, devida à Nação por todo o Século XX, mas especialmente desde 1964.
Os animalescos carniceiros da Ditadura somente permaneceram admirados pelos criminosos do “8 de janeiro”, porque escaparam incólumes às consequências de suas atrocidades, porque nunca execrados institucionalmente, porque jamais imolados em praça pública de modo a se ensinar o óbvio às crianças: “isso não se faz!”
Ausente o “isso não se faz!”, normalizam-se fascistas do tipo Tarcísio de Freitas, tão capazes de enviar massas opositoras ao campo de extermínio quanto um Bolsonaro, mas que (Eichmann em Jerusalém) se fingem de “técnicos” para infirmar a democracia e sabotar qualquer perspectiva de emancipação do povo.
No governo Lula, pululam exemplos desses Fascistas de Freitas e na Petrobrás não é diferente. A gestão privilegia lavajatistas, idealizadores e executores do “loufér” do qual o próprio Lula foi vítima, e faz o possível para em nada alterar as linhas de destruição da estrutura da estatal, traçadas após o Golpe de 2016 e a entrega da economia para o banco BTG Pactual e outros abutres.
Parecem agir na esperança (ou certeza) do retorno da hidrófoba extrema-direita ao poder, em 26. Mas não se deve descartar a hipótese de que completem a arrasadora privataria sob o governo do PT, haja vista a galopante alienação das atividades-fim.
Recorrendo ao otimismo – Há Trumps que vêm para o bem – talvez a descarada traição ao Estado Democrático de Direito, por parte da indigna e indigitada centúria que se diz “base” do governo, abra pálpebras e higienize canais auditivos.
Eventualmente desperto, quem sabe o Planalto enxergue nas próprias vísceras os fascistas que o corroem vivo, como a Brás Cubas morto.
P.S. Congratulemos os raros fascistas que percorrem a própria curva de aprendizado. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL/RS) comparou a admissão da ação penal contra Bolsonaro, pelo STF, ao Tribunal de Nurembergue.
Parabéns Deputado! O senhor entendeu!
